Eu nasci ali, às margens do Rio Bacamarte, no vilarejo hoje cidade de Riachão de Bacamarte. É o rio que encobre de vez em quando as pedras Itaocatiara, em Ingá e que aparece na abertura deste site. Conheci o monumento arqueológico com o nome de Pedra Lavrada. É patrimônio nacional desde 1944. Meu avô Sebastião tocador era sanfoneiro e morava a uma quadra desse mistério. Sinto que o passado quer nos dizer algo sobre a região, mas até hoje ninguém da Terra conseguiu saber o que está inscrito ali. Com seus quase 25 metros de comprimento por mais de três metros de altura, a mensagem está lá, desafiando estudiosos do mundo, alguns associando derivações de nomes em Tupi como pedra pintada, pedra riscada, que vem do termo itacoatiara. Eu prefiro a versão que ouvi de vovô, quando abria o vozeirão e dizia: ninguém nunca vai entender os garranchos da Pedra Lavrada. Acho pedra lavrada mais poético. Na verdade, também não se sabe a idade, porque o mistério desafia o carbono 14, em virtude das águas salobras do Rio Bacamarte que encobrem a pedra, as letras em baixo relevo, por alguma razão química ou física não se permitindo medir em tempo. Parece que a única decifração é que quando citada em 1618, no primeiro documento oficial é que trata-se de uma comunicação pré-histórica. As lendas são muitas. Lembro de uma que dizia ser as gravuras são algo relacionado com a Constelação de Órion. Não sei, só sei que é encantador ter nascido ali perto, quase no colo do mistério. É algo digno de ser visto e é um trecho da história da humanidade dos mais raraos. Sinto orgulho disso. Digo que a Pedra Lavrada é uma crônica inscrita em baixo relevo que retrata o céu, os animais e alguns utensílios usados na rotina de gente como a gente, talvez muito mais simples e sagrados do que a gente. Quando estive lá, vi algo semelhante a um foguete e pensei muito em algum desejo antigo de chegar às estrelas. Tenho fascínio por estrelas e talvez por isso quando me inspirei a formar um grupo espíritual que abrangesse os homossexuais irrestritamente, pensei em chamá-lo de Família de Estrelas, mas como Solara usara este termo no livro Portal 11:11, fiquei com a expressão Tribo de Estrelas. Hoje penso ser este nome mais apropriado, porque minha imaginação me remete à Tribo que ali teve a ideia de mandar para nós esta misteriosa e inapagável relíquia. Há uma corrente que dimensiona o tempo da inscrição em oito mil anos.O rio Bacamarte originou o nome da minha cidade Riachão de Bacamarte e há uma corrente de pesquisadores que acreditam ser as figuras um tipo de adoração às águas. Sei o que significa a água pra nós do agreste e me sinto alegre em ter nascido neste agreste e cercado dos mistérios da Pedra Lavrada. Por isso o título desse site é uma homenagem a Riachão, a Bacamarte e a Ingá, a tríade regional que me aparou no mundo quando caí dos braços do universo. Indo à Paraíba, dê uma passada pelo nosso passado, em Ingá, porque por ali ondeia a natureza sublime de nossos ancestrais.

O blog será bem eclético. Vou escrever sobre quaisquer assuntos e também aqui o Oráculo responderá questões, desde as espirituais, às pessoais, incluindo temas aleatórios.