Portal da Tribo de Estrelas – VI – O que fazer espiritualmente sem dinheiro

Quando aprontamos a Ponte Para o Ser, seguíamos a vontade de alguns participantes do grupo que achavam Itatiba longe, embora o Templo de Itatiba fosse e seja um dos focos mais fortes do ponto de vista de energia. Contudo, ver Ricco, Fabiano Nazário, Rogério Fortes, Cris Bruno e Waneive preparando aqueles detalhes no porão, aprontando a fonte e decorando aquela velha casa, eu, pelo menos, tinha certeza de que precisávamos de um lugar próprio, porém a falta de dinheiro gritava ser impossível. 
Já tínhamos um cuidado em não desafiar religiões e compramos uma estátua do anjo das rosas, pela qual os visitantes tinham de passar, antes de entrar na casa-templo.
A frequência começou a cair ali, mas não caia o ânimo de alguns. 
A energia dos elementais se fortalecia. Os primeiros cerimoniais rumo ao 11:11 ocorreram e cabe aqui mais um segmento da importância destes cerimoniais. 
Minha relação com a Fraternidade Branca era bastante intensa, pois, tão logo reconheci não ser necessário incorporar, afastei-me da Umbanda, depois do kardecismo e me aproximei dos estudos sobre os mestres ascensionados, os raios cósmicos e tudo que se referia à hierarquia cósmica.  
Era um primeiro e decisivo passo para a Filosofia da Tribo de Estrelas e ainda assim difícil, porque a tradição dos credos é quase irredutível. Por isso, a dificuldade de trazer o Ricco, nos primeiros anos, para essa nova ideia de espiritualidade. 
Felizmente suportei ficar quase quatro anos em um lugar, no qual, sabia não ser o nosso lugar, mas não podia, de forma alguma, induzi-lo. Às vezes, via-o aborrecido com algum fato e ficava quieto, pois ele precisava estar livre para vir comigo. 
Aliás, este ainda é o critério da Tribo de Estrelas: se não vier até nós por querer trabalhar pela humanidade com alegria, nada faremos para que a pessoa fique.
Foram-se muitos que nós quereríamos tê-los conosco, mas não temos argumentos libertários para atrai-los, no momento das discordâncias, então, em vez de insistirmos, deixamos que vão, mas não os desligamos da espiral da Tribo de Estrelas, porque nosso amor é muito mais intenso.
Mas eu falava dos cerimoniais do 11:11. 
Sabíamos que o evento comercialmente vendido como algo esotericamente fenomenal, na verdade era apenas um marco, uma passagem, uma ponte. Por isso, chamamos o local de Ponte Para o Ser. 
O 11:11 foi uma proposta de mudança de conduta. O primeiro ano desta década energeticamente significa a grande virada ética em todos os setores da vida humana, por intermédio do qual, aqueles que agirem com pureza de intenções: serão os benfeitores da implantação de um novo iluminismo planetário. Quem assim agir pode se considerar na interioridade do Portal 11:11. Quem insistir nas posturas retrógradas, pode até obter sucesso, mas decerto, estará fazendo muito menos do que pode por si e pelos demais.
Em 2001, falamos da Boa Vontade, do Poder e do ânimo. 
Em 2002, falamos de inteligência, intuição, percepção, discernimento, livre arbítrio e sabedoria. 
Em 2003, falamos de Amor Incondicional. 
Em 2004, falamos de Pureza, Equilíbrio, Clareza e Harmonia. 
Como veem, viemos adquirindo graus de conscientização interna, sobre a bagagem necessária para sermos pessoas melhores. O trabalho não teve quaisquer interrupções, porque eu e o Ricco e mais alguns nunca deixamos de nos preparar, apesar das muitas dificuldades.
Eu e o Ricco éramos impelidos a procurar lugares para instalar, em definitivo, a Tribo de Estrelas. 
Já tínhamos ido às chapadas brasileiras e resolvemos ir ao Machu Picchu, de mochila, porque aquela energia andina mexia com nossas memórias. 
Ali, o Ricco já estava bastante envolvido com o embrião da proposta da Tribo de Estrelas. Ele já superara o comentário de uma amiga sua sobre o quadro de Jesus apertando a mão de Saint Germain: “é um quadro político”. Eu não dissera nada que contrariasse e ele sozinho compreendeu quem estava mais próximo de alguma idealidade.
No caminho para o Machu Picchu, passamos pela Bolívia, fomos aprendendo muito sobre energia e religiões. 
Em Copacabana, divisa da Bolívia com o Peru, às margens do Lago Titicaca, o maior lago em altitude do mundo, conhecemos a história de Nossa Senhora de Copacabana que inspirou o nome do bairro carioca e ali vimos a imagem de São Francisco de Assis. 
Ambas as imagens ilustram este artigo. De um lado, a santa nos mostrou o método catequizante do catolicismo, criando santas semelhantes em diversos lugares, adequando-as à cultura local. O processo primeiro inventa a lenda, depois a lenda se mistifica e somente depois, a energia de cada pessoa faz a santa significar um momentum eenergetico verdadeiro. A santa é gestada e amadurece, graças à espiral real da energia dos adeptos.
De outro modo: São Francisco de Assis selou em nós a ideia revolucionária de quem quer reformar condutas e pensamentos. Este homem é, para nós, a máxima referência de alguém que de fato sugeriu soluções para a humanidade e que simplesmente foi ignorado.
Voltamos encantados e cansados. Aprendemos demais e sabíamos que o aprendizado, além da energia acumulada na viagem, nos preparava ainda mais para executarmos o projeto, mais tarde chamado de Tribo de Estrelas. O ano de 2004 foi decisivo para a precipitação da linguagem própria da nossa filosofia, ocorrida em 2005, ano sobre o qual falaremos amanhã.