Portal da Tribo de Estrelas - Parte XIII - 2007 - o ano mais intenso na busca pelo território da Tribo

Paramos a série sobre a História da Tribo de Estrelas falando do ano de 2006. Cabem agora algumas elucidações sobre a trajetória dos planos até a compra do território próprio. É que, na simultaneidade de um sonho, a realidade sugere fatores difíceis de serem superados, como verá adiante. Em 2007, as viagens se intensificaram, principalmente pelo sul de Minas. Começamos devagarinho, conforme a disponibilidade de tempo e de dinheiro. Usávamos a simultaneidade para ajustarmos as ideias, tanto no que se referia á vida pessoal, quanto aos cerimoniais semanais e os ideários mensais, que agora aconteciam no foco de Jandira, haja vista que o projeto da Ponte para o Ser houvera chegado ao final, por falta de frequência.

Aliás, os passos da Tribo de Estrelas têm sido demarcados por interesses entusiásticos, seguidos, na maioria das vezes, por desistências rápidas, porque o trabalho diário, na busca espiritual, não é fácil para ninguém. Já estávamos acostumados, tanto que, quando alguém se entusiasmava demais, a gente apenas desejava muita disponibilidade para pelo menos conhecer melhor as ideias. Já fazia tempo que conversávamos sobre a crise de pensamento e como os contextos estavam contaminados e também, sobre a dificuldade que um projeto como nosso teria para conquistar mentes e corações. Quase todas as pessoas ainda estão e estão bastante ligadas a fenômenos, milagres, ritos, cerimonias, promessas, preces, adivinhações e também dependentes de figuras e ou grupo que se intitulem como capazes de resoluções espirituais por meio de técnicas, vivências, cursos, mágicas e truques, todos os métodos que dispensam a mente, a clareza e o trabalho árduo pessoal e proposital.

Desconstruir pilares milenares, sabíamos e sabemos é dificílimo. Colocar algo novo no lugar, não tendo prestígio algum, é quase impossível. Este, o impasse principal: somos pessoas simples, de pouca grana, sem estrutura mercadológica alguma, propondo algo que dificulta o trânsito da fé milenar e eleva cada pessoa, ao patamar macro das suas condições mágicas. Isso assusta muito mais do que encanta. E principalmente sabíamos que sem dinâmicas, fenômenos e somente com a razão, o encantamento não seria e não será automático.

Depois tem o medo. As pessoas têm medo de espíritos, de inferno, de praga, de escuro, de demônios, de demandas, de inveja, de energias negativas, de obsessores, de castigos em caso de contrariar as entidades, os mestres e os deuses. Enfim, o medo é um fator determinante para as pessoas aceitarem passivamente o que os loroteiros da fé alardeiam e até darem a estes tudo que lhe pedem, sem contestar. São o medo e a ilusão que dão sustentação às religiões. A Tribo de Estrelas tem a coragem de dizer que a evolução espiritual necessariamente requer clareza, raciocínio lógico e conscientização sobre a liberdade de ser e de estar de bem com o mundo sobrenatural sem nenhuma modalidade de temor.

Libertar o buscador das ameaças ou das pieguices milenares, sempre ineficientes para a fraternidade ideal é um trabalho quase impossível. Dizer que a jornada só depende do indivíduo, que os espíritos não causam mal, que não existem demônios, que as ações dos obsessores são inválidas, que os espíritos das demandas não têm força, que é preciso assumir seu próprio poder e confiar plenamente que está protegido, além de exigir coragem (e a Tribo de Estrelas a tem) exige paciência, porque quase ninguém quer se libertar das superstições, do misticismo e da crendice.

Os traumas pessoais são muitos, os agentes repetidores das insustentáveis maneiras de crer são inúmeros e os truques são tantos que até pessoas bastante instruídas preferem não arriscar mudar de ideia. Então, para nós, ter a Tribo sempre foi e será um sonho embalado por desafios, porque a crise de pensamento ainda demorará a se dirimir. As religiões ainda atrapalharão a paz e a liberdade das pessoas por alguns séculos e isso é imutável, pelo menos, por enquanto. Então, não temos pressa. Vamos continuar trabalhando.

Isso porque não havia o ódio politico que há hoje no Brasil, em que muitas pessoas, sem leitura ideal de textos, leem uma coisa e entendem o que querem, confundem este oráculo com algum petista, sendo que tudo que se escreve neste site se relaciona à conscientização humana quanto à falência da Política. 

As análises feitas aqui não defendem políticos ou partidos, mas como não leem corretamente, concluem que a Tribo é um ambiente petista. De toda forma, as desculpas para não se alinharem às ideias novas, tanto espirituais, quanto sociológicas sempre acharão eco, nos mesmos argumentos radicais de sempre. O importante é que já em 2007, partimos para construir o sonho sem a ilusão de que seriamos bem aceitos e ou compreendido.

Então, com a alegria que ainda permanece, começamos por Extrema, fomos à Camanducaia e passamos dois finais de semana em Cambuí. Encontramos muitos sítios e nenhum correspondia ao que vislumbrávamos, porque queríamos um lugar alto e com mina d’água dentro. Fomos depois para Gonçalves, arriscamos Campos do Jordão, Sapucaí Mirim, Santo Antônio do Pinhal e nada. Tudo era muito caro ou não tinha água. Desistimos do sul de Minas, mesmo sentindo que o Estado de Minas tinha e tem uma relação fantástica com a energia da Tribo.

Mas, entre uma e outra dessas viagens, passamos um carnaval na região de Juquiá e daí surgiu o sinal para chegarmos a Tapiraí, sobre o que falarei no próximo artigo. Por enquanto, seja livre, nada tema, creia no seu poder e confie: nada ou ninguém do invisível podem causar algum mal a você.