Um país chamado Estrela

 

Em Estrela, é óbvio, todos são estrelas. Cada indivíduo tem como meta primeira e última trocar fulgores, aquelas iluminuras que se enfatizam por meio de pensamentos, sentimentos, palavras, ações e reações.

O orçamento de Estrela é propositivo e não competitivo. As estrelas líderes não disputam cargos. Oferecem-se para colaborar, cooperar, fazer acontecer o que é necessário na grande estrela. Não há emendas e menos ainda discussão. Há consenso sobre o que é essencial e plausível.

As eleições em Estrela se dão em torno de ideias. Por exemplo, a do ano passado foi disputada por três candidatos. O primeiro propôs aprimorar os serviços básicos do país. O segundo propôs mais incentivos para ampliar o brilho das estrelas mais jovens. O terceiro propôs aumentar o quinhão de luz das estrelas mais brilhantes para distribuir com as estrelas habitantes dos cinturões mais sombrios do país. 

Os três candidatos foram bem votados de maneira que o empate técnico foi comemorado, porque todos compreenderam como as três propostas eram prezadas e justas. Na aclamação do resultado, a estrela eleita chamou para os cargos mais importantes da hierarquia do governo, além dos seus correligionários mais atuantes, também os dois candidatos adversários e seus correligionários mais atuantes.

A vitória foi festejada por todos. O orçamento luminoso, equivalente ao dinheiro que alguns países adotam foi estudado minuciosamente, priorizando os serviços básicos da primeira proposta, mas dando condições para que as outras duas propostas vencidas fossem agraciadas, ao menos, em parte.

O governo se formou com o objetivo de executar as outras duas propostas exatamente como as urnas determinaram. O segundo colocado seria aclamado, ao término do mandato de quem vencera agora e em seguida, o terceiro colocado teria suas ideias valorizadas e encaminhadas para a execução.

Entre os três grupos criou-se o consenso de que, caso surgisse uma ideia de trabalho melhor, nas aclamações seguintes, que permitiriam imediatamente uma nova disputa, considerando que o bastão governamental deve ser portado por quem apresentar um ideário melhor para o país.

Todos se comprometem em cooperar de forma integral, com o zelo irrevogável, para que nenhum raio de luz do orçamento fosse desviado ou sofresse interferências de quaisquer naturezas.

Uma das prerrogativas invioláveis em Estrela é que nunca, sequer uma vela de algum indivíduo em especial seja acesa na luz destinada a todos, de acordo com o esforço e o envolvimento sagrado de cada um, diante dos recursos distribuídos.

Em Estrela, os indivíduos se espelham de modo tão exemplar e amorável, que o movimento de um interessa dignamente aos demais.

Lendo assim, dá impressão que se estar falando de um país inventado. Pois, lhes digo, este país pode existir, quando cada pessoa souber que cooperar limpidamente com a grandeza do país é muito mais importante do que qualquer outra expressão de poder adotada em todos os tempos.

Honestidade presencial, grandeza presencial, decência presencial são itens fundamentais para que se conquistem fraternidade, meios cintilantes de complementaridade e estruturas indestrutíveis de plenitude.

E quem disser que isso é utopia, é porque não quer espelhar as razões primordiais da sua existência. A Tribo de Estrelas, incrustada no núcleo do país Estrela informa que existe um Princípio Ativo nas Interioridades que pode fazer de todos os espaços cósmico um lugar esplendoroso para se viver.

E não precisamos de muito mais, além de um intransigente compromisso com o Bem de si, por si, para si e se refletindo nos demais, como se o bem fosse o produto manufaturado de primeira necessidade. A regra sem exceção é que o dinheiro jamais poderá valer minimamente mais do que o bem.