Serra, a ministra e a cara de pau

Enquanto a gente dorme, eles conspiram. Em jantar recente, entre políticos e outras pessoas do alto da pirâmide brasileira, a ministra Katia Abreu lançou uma taça de vinho na cara de Serra. É claro que isso não é importante. Serra é cínico, mentiroso e covarde, é um político de práticas impublicáveis. O importante é saber como as figuras do PSDB estão inventando evento para preparar a queda de Dilma. Jantares como estes ocorrem desde que as urnas anunciaram a derrota tucana. Ele, Serra e Temer estão conversando há meses sobre a derrocada de Dilma. Se o STF não colocar as coisas em ordem, o golpe será vencedor.

O afinamento do discurso para dizer que impeachment não é golpe vai encontrar eco na opinião pública, esta coisa amorfa e inconsistente, mas que corrobora com as falácias dos maus políticos como Serra e Temer. 

É verdade que pedir o impeachment não é considerado constitucionalmente como golpe, mas a lei é clara: desde que o governante apresente credenciais criminosas contundentes. Se Dilma não cometeu crimes que caracterizem o deslize, se seus oponentes cometeram e a estão julgando, manobrando descaradamente o regimento interno da Câmara, se o TSE corre por fora para arrematar o golpe, se o STF está em silêncio e se os investidores estão manipulando altas e baixas da Bolsa e do dólar, desde o segundo turno das eleições e agora com a gangorra do impeachment, é porque é golpe.

Pensar no Brasil ideal é uma penúria. Grandes homens, em momentos de crise, estariam se reunindo para encontrar saída para a crise e não para derrubar o governo eleito democraticamente. Se o governo é ruim, mas é legítimo, os homens de bem teriam de buscar saídas honrosas, no paralelo ao governo ruim. Os líderes se revelam nas suas atitudes, em momentos difíceis. Não há grandeza nos homens públicos, em geral. Taça de vinho na cara deles é pouco.