06/04/2016 15:50
Todas as discussões de cunho político no Brasil estão pautadas pela politicagem e não pela Política, como meio civilizado e civilizador, conforme a pura intenção grega, ao estabelecer os pilares da Democracia. Dito isso, leitor, respondo a quem insiste em provocar este oráculo com comentário de péssimo nível.
Na Tribo de Estrelas, onde se pensam modos decentes de convivência como regra imutável para o restabelecimento da ética existencial, há muito o tema do impeachment está superado. Mesmo que algumas pessoas provoquem dizendo que somos omissos, a resposta mais interessante é que quando o pântano é movediço, o melhor é espiar a flor de lótus do futuro esperando respostas mais belas e mais uteis do que estas que são postas em grupos de redes sociais, as mais diversas.
Estão todos enganados. E quando dizemos todos, são todos mesmo. O problema do mundo que cria todos os outros problemas chama-se Economia. Já dissemos isso outras vezes. No sistema globalizado não é a Política interna que manda, mas a volatilidade da grana. A grana também é o que move os desejos políticos de muita gente, raríssimas e louváveis exceções. Enquanto o dinheiro for o alvo dos anseios políticos, envolver-se em política é um desperdício de energia, defender agremiações partidárias margeia à irracionalidade.
Inexistem políticos que vão além das boas intenções. A maioria é levada de roldão pelo modus operandi clássico de todos os tempos e regiões do mundo. Se você pensa que é politizado porque opina contra ou a favor deste ou daquele quadro, decerto sua ingenuidade ou sua irresponsabilidade salta aos olhos.
Falta muito para que se torne razoável a atitude de discutir política, segundo os vieses partidários e até ideológicos. A corresponsabilidade dos indivíduos começa quando compreendem que ser decente, ético, fraterno e honesto pressupõem a gama de predicados mínimos para se tornar um interlocutor necessário nas discussões políticas. Não tendo tais requisitos, seu envolvimento será sofrível, desqualificado e causará apenas ruído.
Ruídos, eis o que se tem. Sete em cada dez pessoas querem que um partido e seus integrantes sejam desfigurados politicamente, não se importando se os demais partidos e agentes fazem o mesmo ou não. Ao querem assim, fazem ruídos que apenas sugerem moralidade social, mas em verdade é um engano lastimável. A decência não escolhe adversários entre os malfeitores. Logo, quaisquer que forem seus motivos e opiniões, desculpe, são equivocados e talvez desonestos intelectual e pessoalmente.
Sete em cada dez pessoas querem retirar a presidente. E daí? Nada vai mudar. Nós estamos esperando que dez em cada dez pessoas se unam em torno da moralidade da representatividade política para então, e ainda assim, exigir da população lisura nas suas condutas do dia a dia, para poderem ter legitimidade nas suas exigências.
Uma rápida passagem no noticiário dos dois lados da pendenga e vemos que o pântano está generalizado, incluindo os três poderes constituídos, mais os conglomerados noticiosos. Está tudo tão sujo que os limpos devem se preservar, não por omissão, mas por inteligência, por saberem que as discussões são absolutamente tendenciosas e pervertidas.
Teríamos de nos imbuir de espiritualidade consciente, de um saber pessoal intransigente em defesa do bem, do belo e do útil, teríamos de nos cercar de uma solidariedade justa, em que todos nós quiséssemos de verdade cuidar do todo para todos e não somente para os grupos convenientes às nossas compartimentações egoísticas, de torcedores violentos no que trocamos com o nome de participação política.
Precisamos aprender a complementar cada pessoa e cada setor da sociedade com a grandiosidade da nossa presença para então podermos exigir espelhamento semelhante. Mas, não. Você, caro provocador, sabe que é indecente também e que se for colocado em posição de poder capitulará aos apelos da grana. Então você é um dissimulado e sabe que suas exigências são mentirosas, falsas e meramente partidárias ou de torcida estúpida.
O que lhe digo e também aos meus amigos da Tribo de Estrelas é que não se deve desperdiçar energia tentando atravessar o pântano movediço dessa politicagem. Falta muito e perseguir ou odiar este ou aquele grupo é apenas demonstração opinativa e não resolutiva. Então, que caia quem tiver que cair; que suba quem tiver que subir, mas que ninguém se iluda: o problema de fato não está sequer sendo arranhado com essa bagunça toda.
Creio que você tem de repensar e retraçar um plano de luta em que se exija um aprimoramento interno de cada pessoa, a fim de dignificar as exigências que se quiser fazer. Fora disso, é uma covardia principalmente contra as crianças e contra os jovens, que esperam dos adultos mais maduros, soluções e não remendos puídos pela traça da vingança.
Por essa razão, estou tranquilo perante suas provocações, porque quando a flor de lótus sobressair do pântano movediço, minha consciência estará alva, já a sua, bom, isso eu não sei, mas deve ser uma preocupação para você, com vistas a mudar o seu discurso.
