Os meios e os fins justificam a Literatura e ou o silêncio

Estive na última sexta-feira na reunião do Conselho de Turismo do município de Tapiraí. Houve um esvaziamento inexplicável pela lógica idealista, mas justificável pela lógica da política miúda do mundo.

 

Muitas pessoas apareceram ali com interesses pessoais visíveis. O presidente do COMTUR é um homem extraordinário, gente com quem a gente quer lidar constantemente.

 

As primeira reuniões indicaram pontos importantes na área de turismo, no tocante à base turística estrutural, mas a maioria quer destaque para os eventos e não para a base sólida de um setor essencial para Tapiraí. Entre as pessoas que fogem desse foco estão alguns vereadores e acredito que até o prefeito. 

 

É claro que há um equívoco. Estão apostando nos mesmos erros das últimas três administrações. Quem aposta nos eventos não compreende que estes passam e seus resultados só servem para o momento.

 

O adequado é executar tarefas de infra-estrutura, porque estas são para sempre.

 

O oráculo não representa nada no COMTUR. Sou um mero voluntário, mas acredito que o presidente do COMTUR esteja correto em querer enfatizar a infra-estrutura e se o prefeito não abraçar essa ideia estará cometendo o maior equívoco de sua administração e diria até de sua história política, porque se o foco foi sempre eventual e ele focalizar a infra-estrutura, sendo esta algo que fica e permanece, o grande beneficiado historicamente é e será ele.

 

Mas sei que Política é uma aterradora área da qual andara afastado e voltei porque realmente acredito no senhor Araldo Todesco. Entretanto e no geral, Política é um daqueles assuntos que vou congelar neste site. Como Política e dinheiro são bem casados, congelarei a Economia também porque ela me deixa atônito. Ambos sistemas estão apodrecendo mais e mais o mundo e o nosso tempo. Contra a Política não há solução. Contra o dinheiro não há argumento. Ele sempre vence, porque a tend~encia humana para ganhá-lo lícita ou ilicitamente é arrasadora.

 

Por fim, acrescento ao grupo de áreas evitáveis por este oráculo e que vou congelar está a religião, porque este é um saco sem fundo e que desgasta bastante. Conheço muitas pessoas do bem que não aceitam o que falo sobre religião, porque também não existe argumento contra essa praga.

 

Quem acredita, em graus diferenciados, é cego, surdo e alienado, só não é mudo, porque fica repetindo à exaustão as máximas religiosas, ainda que estas signifiquem exatamente as incoerências de todas.

 

Aliás, o livro que encerrei tem exatamente a religião como tema.

 

Estive fora durante uma semana.

Terminei um dos livros mais sofridos que já escrevi.

Ao escrever a última crônica, sentei-me exausto em um dos jardins de um certo lugar mágico e chorei sozinho, sob a neblina de uma tarde fria.

 

Ninguém me viu ali. Espiei aquele horizonte e passeei pelo mundo imaginariamente. Pensei nos assuntos que me instigaram nestes últimos anos.

 

Concluí que é um tempo para reflexões e definições inovadoras.

Estou a um passo de terminar outro projeto de vida que não cabe citá-lo aqui e isso está me trazendo uma grandiosa paz.

 

Preciso mesmo me aquietar aninhado no acalanto deste projeto, haja vista que tudo fora dele parece fora de lugar, guardando uma incoerência avassaladora.

 

Não é que cansei de lutar como cidadão do mundo. Cansei da pasmaceira política, econômica e, sobretudo, religiosa.

Acredito que o mundo está confuso e raso demais e talvez seja a razão pela qual esteja sentindo esse misto de tristeza, melancolia e paz, por mais paradoxal e antagônicas que sejam estas sensações.

 

 

Para justificar meu silêncio sobre estes assuntos digo:

 

O mais importante mesmo não é o que se lê e o que se aprende, mas o que se pratica.

 

Reproduzir mensagens, destacar este ou aquele texto, acreditar nessa ou noutra doutrina só tem validade se houver coerência entre um ponto e outro, traçando a reta de nossa realidade.

 

01) Aqui encerro minhas pendências religiosas.

 

 

Não há uma religião que seja digna de crédito, exatamente porque suas palavras, seus livros e sua técnicas incorrespondem às práticas individuais e grupais.

 

02) Aqui encerro minhas questões políticas e econômicas: 

 

Não há um segmento político que mereça crédito, porque suas plataformas (ideológicas ou não) são factóides e é o dinheiro que lhes dão rumo.

 

Vou enfatizar neste site a Literatura, com ênfase na Poesia e desenvolver crônicas e artigos humanitários.

 

Também vou me voltar para um projeto pessoal, ligado à espiritualidade, que está quase pronto, na cidade de Tapiraí.

 

Demais, Política, Economia e Religião estão fora da minha atenção. 

 

Os meios financeiros, os fins políticos e as mentiras religiosas (as quais muita gente dá crédito) justificam minha atenção máxima para a Literatura, para a espiritualidade, na qual acredito e para a qual dediquei toda minha vida.

 

Se nada disso funcionar, ainda tenho o silêncio.

Certamente por isso estou me sentindo em paz.