O último turno das eleições de 2014

A democracia brasileira corre um risco tremendo. Desqualificados se apossaram de grande parte das instituições. É possível imaginar que, quanto mais poder alguém detém, nos bastidores da Política, mais ficha suja possui ou mais crimes acumula no currículo inconfessável.
Neste cenário, Eduardo Cunha é somente mais um que escancara os riscos iminentes que rondam o quadro Político brasileiro e com apoio exatamente de gente que se diz em condições de governar o país. Verdade é que a crise se arrasta, porque a Oposição, liderada por aecistas, não respeitou e não acatou o resultado das urnas.
Não interessa se o PT roubou, se a corrupção grassa no País, não importa que a maciça maioria desaprove o governo de Dilma. Para se chegar a isso, o país veio sendo vítima recorrente dos maus políticos, de todos os governos e, mesmo as pedaladas fiscais, se comprovadas como crime, querem inaugurá-las nas costas de Dilma, esta senhora um tanto incompetente, mas legitimada pelo voto, nas urnas e isso é irrevogável. 
Sua impopularidade está aí por uma combinação terrível de revelações de crimes praticados por figuras proeminentes do seu partido, pela crise financeira que se alastra pelo mundo e fundamentalmente por causa dos esforços da oposição, junto às mídias e aos movimentos sonsos de parte da população para desqualificar o pleito, lançando sobre Dilma mazelas não criadas por ela.
As justificativas para o impeachment são escabrosamente ineficazes, inoportunas e oportunistas. Dilma mentiu na campanha, mas todos sempre mentiram e nunca forma impedidos por isso. Dilma ganhou a eleição com mais votos de vantagem do que o presidente recém eleito, na Argentina e por lá, as mentiras não foram menores e nem por isso los hermanos esticaram a eleição. Os perdedores de lá foram mais dignos. O senhor Aécio e sua tropa deveriam aprender um pouco de Democracia, nos Aires Buenos vizinhos.
54.501.118 votaram em Dilma. 51.041.155 votaram em Aécio. A diferença foi de 3.459.963 votos a favor da petista. Com mentira ou sem mentira, com corrupção ou sem corrupção, houve uma vitória constitucionalmente garantida, sacramentada e a regra é muito clara: ou se criminaliza Dilma ou ela cumpre o mandato. Não há crimes contra ela, portanto, qualquer impedimento é golpe e não contra Dilma, mas sim, contra a Democracia.
Precisamos ter cuidado com isso. A oposição é corresponsável por tudo que está acontecendo no Brasil e está esticando a crise, porque não quer seguir o rito legal da eleição passada. No sistema presidencialista, o presidente só merece processo de impeachment se houver crime contra ele e Dilma não tem qualquer um contra ela. Por mais que não gostemos dela, ela está respaldada por lei. Fora disso é fanfarrice, baboseira, truques politiqueiros para favorecer canalhas.
Que fique bem claro: não há justificativa legal para derrubar a incompetente Dilma. Ou aceitamos isso ou busquemos provar algo contra ela ou mudemos a Constituição. Nada há para derrubá-la, porque o partido não é ela, os aliados não são ela e a infeliz não cometeu qualquer crime. Ela é do PT, mas está limpa e se a derrubarem por causa das pedaladas fiscais estarão fazendo pagar por crimes semelhantes praticados por Lula e FHC. É imoral e injusto.
A Economia em maus lençóis também não é justificativa, nunca foi para ninguém, por que tem de ser com ela? Um governo mais do que indireto como o de Sarney foi até o fim e com um ano a mais de lambuja, com inflação de 80% ao mês. Não sei se entendem, estão ameaçando a democracia por caprichos aecistas, esta é a verdade. A eleição de 2014 precisa acabar. Aécio deveria telefonar para Dilma e dizer: bom dia, parabéns, a senhora venceu, o embóglio Brasil é seu até 2018.
O rito que se espera democraticamente é o seguinte:
1) Todas as investigações desencadeadas e que ainda sutgirão devem seguir celere e competentemente.
2) Prendam-se os responsáveis, seja quem for.
3) Cassem e prendam todos os políticos bandidos.
4) Respeitem a Constituição.
5) Investiguem a presidente e achando crimes contra ela a destituam. Não achando, deixem que ela cumpra o determinado em lei.
6) Que o TSE, já para o próximo pleito, impeça fichas sujas irrevogavelmente. Desçam do muro.
7) Que o STF coloque um ponto final nesta novela de péssimo gosto, porque o Legislativo e o Executivo estão, cada um a seu modo espúrio, deteriorando a Democracia.

Por fim que divulguem o resultado das eleições, em rede nacional, na presença de Aécio, perguntando: o senhor ouviu? Repita o que ouviu para a população brasileira saber que o senhor sabe que perdeu a eleição.