o que ele tem na taça

Cheia de sentidos apenas emotivos

Sua taça se repleta de cismas

E de egoísticas intenções

Nada quer de novo

Tudo quer e logo para si

E não se importa se o outro

Entra e fica em sua vida

Ou se se esvai no transbordo incessante

Daquela taça onde não cabem outros vislumbres

Ele com ele já é um bastar-se inconcluso

Que redunda em sentimentos infundados e confusos

Ele gosta de competir e exercer miúdos poderes

E considera a vida uma torrente de sobras indevidas

E a vida lhe trouxe a este ponto para dizer-lhe

Que ele usou a mágoa até o último volume

Sem saber que no fundo de todas as coisas vivas

Está a base da felicidade

E agora

Ele precisa compreender – mas não quer -

Que nada se esvazia inteiramente

E que deste ponto em diante

Ou ele quebra a taça e ganha um cântaro

Ou irá beber as sobras de uma taça

Que desperdiça a vida descartando encantos.