O mundo está guinando à Direita

 

 

O oráculo escreveu em outubro de 2012 que o mundo iria guinar para a Direita. Como ninguém o lê, estão o comentário anda perdido nas entranhas do faceboock. Agora o que vemos é terrível e assustador. O governo democrata do país mais democrático do planeta é acusado de espionar todos os países do mundo. A desculpa é prevenir-se contra atentados terroristas, mas na verdade fica cada vez mais difícil negar que as razões são comerciais. Pirataria financeira, coisa impura contra a privacidade alheia e ofensa indesculpável contra a soberania de outras nações. Isso é típico de um pensamento arcaico, contumaz nos governos ditatoriais, inadimissível para quem defende a Democracia como bem inalienável.  

 

No Brasil, uma manobra de gabinete retira um senador boliviano do país e o traz até aqui mirabolando um plano fictício para não expor a barbeiragem do Itamaraty, certamente com anuência do Planalto. tanto a Esquerda quanto a Direita se utilizam de procedimentos semelhantes, mas um governo de centro esquerda, conduzido por uma mulher não deveria se permitir a isso, sob a pena de usar a truculência diplomática das gentes direitistas.

 

No Egito, políticos, religiosos e militares, cada setor com suas iras incontidas saíram da possibilidade democrática para um golpe de Estado, com direito à barbárie de os militares abrirem fogo contra os manifestantes. Ali, por causa das religiões, mesmo os partidos mais à esquerda são, na prática de Direita. O mais grave é que é muito difícil dialogar com partidos religiosos.

 

O terror que há nisso é que contra os políticos pode-se se colocar os valores democráticos e tentar demovê-los de investidas inadequadas ao bem social. Se persistirem podem-se colocá-los diante da Justiça. Se a justiça falhar, ainda resta a opinião pública. Mas quando o partido segue linhas religiosas é o fim, porque seus partidários não se submtem às questões democráticas, não temem a justiça e matam ou morrem para fazer valer suas convicções, por mais equivocadas que sejam. Nesse sentido a direitização do mundo está diretamente ligada à ação política das religiões. 

 

O que há de novidade é que se quisermos paz teremos de manter uma linha de compaixão por essa gente que literalmente não sabe o que faz em nome de Deus. Na Síria, o quadro não é diferente e o ditador insiste em mentir para o mundo dizendo que não usou armas químicas, mas desafiando as grandes potências a atacá-lo, porque assim o rastejo da velha direita se espalha pelas cercanias do Mediterrãneo. A ONU é um órgão atípico e imprevisível, suas ordens são discutíveis, porque o que é dito em público não demonstra sua autonomia. Logo, é bem provável que os Estados Unidos consigam intervir na Síria, mas de antemão o oráculo diz que não há solução para a região.

 

A região é bastante conturbada e a Rússia, que é um país preconceituoso, conservador e de cultura totalitária, mesmo em governos ditos democráticos, apoia o ditador sírio. Israel é eterno aliado dos Estados Unidos. O mapa é amedrontador: Turquia, Líbano, Jordânia, Iraque, Líbia, Egito, Arábia Saudita e Emirados Árabes, bem na vizinhança do Irã. Por lá, as linhas territoriais e marítimas parecem aguardar a resultante dos pequenos conflitos, das picuinhas políticas e religiosas, culminando em guerra ou contenda sem fim promissor para quaisquer das partes. O mundo está sendo conduzido por gente extremamente estúpida e um ideal de fraternidade se revela como uma utopia que os homens de bem teriam de acatar. 

 

O oráculo insiste na tese que a liberdade de cada pessoa, cada grupo e nação é a única saída plausível, mas essa liberdade terá de se condicionar ao fato de todos saberem e acolherem a verdade inviolável de que a liberdade de escolha de uns e de outros têm limites claros diante do bem estar e da paz entre todos. Enquanto houver Corrupção, preconceitos e falsos moralismos, sobretudo, vindos da área política e religiosa, não se chegará a um consenso.  Não há cabimento em tudo que se quer e se faz contemplar conflitos internos e externos, com mortes e violências outras, para se chegar a algum acordo. Nesse sentido, os indivíduos do bem e as nações decentes precisam exemplificar o padrão de conformidade para o planeta. Não se trata de quem manda mais, mas qual o projeto pacífico, justo e harmonioso para a Terra. Isso só é possível com a ajuda dos religiosos, quando deixarem de exigir dos indivíduos obediências aos velhos livros e querendo alinhar as pessoas às suas crenças. Somente um milagre, talvez o único necessário, nos salva.