O equívoco dos gays religiosos

Vira e mexe retorno ao tema dos gays religiosos, porque sempre sou indagado a respeito. Começo pelo básico: com exceção das religiões afro-brasileiras e de alguns grupos esotéricos, todas as religiões são inadequadas aos homossexuais, porque não os incluem plenamente.

Em resumo, nenhuma religião tradicionalista e seus respectivos ramais, por mais liberais que sejam, acolhem gays de forma irrestrita. Tenho amigos gays que participam de alguns grupos, mas sem se revelar por inteiro, vivenciando uma religiosidade ou uma espiritualidade de fachada.

Alguns grupos, ditos liberais, o são apenas na aparência. Embora falem de amor, fraternidade, paz e igualdade, na verdade, não se importam com os gays. 

Às vezes, tento falar aos amigos para refletirem a respeito, mas normalmente, eles permanencem com suas opiniões e as respeito. 

A verdade, porém é que inexiste qualquer possibilidade de um gay ser integralmente religioso ou espiritualista, frequentando instituições tradicionalistas, sejam estas antiquadas ou modernosas. 

De forma que é uma contradição tremenda um gay se dizer adepto de qualquer destes grupos.

Também serve para os amigos heterossexuais que se dizem inclusivos e pertencem a grupos ou instituições que obstruem a liberdade dos homossexuais. 

O mundo necessita de coerência religiosa e espiritual. Ou incluimos amorosa e libertariamente todos ou de verdade não somos bons. É isso que os gays e as pessoas de bem não compreendem. 

A coerência espiritual virá quando irrestritamente todas as religiões e ou grupos acatarem as pessoas como elas são.

Gays que rezam, meditam, vão ás igrejas, entre outros atos de fé, quando o fazem sem ou com vínculos intitucionais, engrossam as fileiras de crenças que suprimem suas liberdades. 

O ideal é que procurem manter suas crenças de si para si, mas sem favorecer o fortalecimento dos algozes.

É, por exemplo, inapropriado um gay ser católico, evangélico, judeu, islâmico e até mesmo espírita ou participar de grupos ligados a estas instituições, por mais liberais que sejam. 

Por incrível que possa parecer, por exemplo, um gay não pode ser maçom. 

Portanto, o pessoal da diversidade sexual ainda não percebeu que precisa se definir espiritualmente de maneira mais clara e coerente.