Espiritualismo Consciente e cidadania plena - Artigo 9 - O amor como arma reparadora dos males.

Falamos no último artigo dos elementos contaminadores dos contextos políticos, sociais, religiosos, comunitários e econômicos. Lidamos com mentiras e crimes de falsidade ideológica, em muitas frentes, ocasionando uma série de golpes na confiança mútua que a vida em comunidade requer para alcançar equilíbrio e harmonia, mês quando há conflito de interesses.
A democracia nunca funcionou muito bem, porque a maioria das populações mundiais ainda não percebeu que é na fraternidade que está o modelo ideal de convivência. Parte-se do princípio que ter conhecimentos, estudos que possibilitem interpretação de texto faz que o cidadão entenda o que seus representantes políticos e ou interlocutores comerciais e sociais estão dizendo e fazendo, seja para beneficiá-lo ou enganá-lo.
Entretanto, abranger todos os sentidos de um contexto sobre os maus hábitos dos agentes não garante que o cidadão se preocupe mais com o bem estar de todos do que com os seus interesses imediatos e egoísticos. Isto denota que parte dos males e até mesmo da corrupção pode começar no cidadão, exatamente por ter mais conhecimento sem o respectivo fator indispensável do caráter. Talvez seja esta a causa das falhas fundamentais da democracia. Maus cidadãos com más intenções, ainda que veladas, costumam eleger representantes de condutas similares.
Também o conhecimento e a interpretação adequada de textos não garantem que políticos mudem sua gama de maldades contumazes. A agravante preocupante é profunda, pois o cidadão não é formado para zelar pelo outro, como participante de um sistema irrevogavelmente fraternal, honesto, ético, generoso, belo, útil e bom. Se o cidadão não ler direito, mas sabe sentir bem, porque aprenda em casa, na escola e com os demais, então espontaneamente funcionará da forma ideal que a Democracia requer.
Parece que o planeta está habitado por pessoas despreparadas para amar uma às outras e por causa desse despreparo os contextos reais das convivências se contaminam, sejam estas políticas, religiosas ou sociais. O amor, na verdade, precisa está acima da fé, da competitividade, da Política e até da Ciência.
O amor não pode ser uma palavra simplória, um tópico para prédicas demagogas, populistas, mas sim, uma ferramenta a serviço da Democracia. Neste sentido, a dificuldade recai toda, no contexto social, religioso e político, em que se for inserido, desde o nascimento.
O amor, como ferramenta de fraternidade democrática, exige uma revolução, não por parte dos chamados analfabetos funcionais e iletrados, como disse um ex-presidente, mas, sim, por parte dos mais esclarecidos, aqueles que distinguem os contextos que abrangem diversos conhecimentos.
Eles é que precisam criar regras, leis, fundamentos, baseados no zelo que temos de ter uns pelos outros, na exemplaridade ética que inspira mesmo os seres mais desprovidos de informações a despertar em si o amor e outros predicados democrática e humanamente desejáveis.
O que há no momento é um sistema falsamente democrático, porque na prática de todo político, de muitos religiosos e de diversos agentes sociais, os exemplos são de fato opostos ao zelo incondicional pelo povo. E este povo se comporta mais como torcedor do que como protagonista da realidade que precisa ser modificada o mais rápido possível.
Continua amanhã...