Espiritualismo Consciente e Cidadania Plena - Artigo 7 - Importa tão somente se os indivíduos amam ou se odeiam

 

Importa tão somente se os indivíduos amam ou se odeiam. O problema não é de longe ser alguém de Direita, Esquerda, Centro ou de outras correntes intermediárias para um ou outro extremo. O problema se aproxima muito da religião que a pessoa segue, professa e perpetua. Tanto as classificações políticas e ideológicas, quanto as religiões são sistemas que pontuam a trajetória humana, enquanto se desenvolve, conhece mais e procura conformidades no mundo.

O problema é que no aqui e agora de todos os milênios, a humanidade separou os exemplares da espécie em categorias que vão do execrável ao mais alto nível vivencial, segundo classificações bastante discutíveis. Nunca houve uma idealização intencional em que as comunidades, em separado ou constando como elos da sociedade, tivessem de verdade em comum uma proposta de união, inclusão e confiança mútua irrevogável, sobretudo, onde o dinheiro não os diferenciasse, mas despertasse o desejo ético, humano e social de garantir estruturalmente os pilares fundamentais do bem estar coletivo.

O enriquecimento ilícito, advindo de negociatas e ganhos fáceis e de proposições injustas, quanto ao gozo das probabilidades oferecidas pelo planeta e pelos ramos comerciais, industriais e tecnológicos - pelos quais o lucro se sobrepõe ao lado humano de cada ser, enxertou, na Civilização, os males que muitas pessoas padecem, mesmo que a agravante constante seja, no atacado e no varejo, a infelicidade de todos, haja vista que o que se tem por felicidade seja tão somente uma inobservável ilusão.

O individualismo egoístico é filhote do egocentrismo civilizatório que se pautou em desavenças, violências, guerras e medições de força, para á força, uns se agigantarem diante dos outros e subjuga-los e compartimentá-los. Escravidões, negação de direitos ás mulheres, estupidezes contra quem discordasse das religiões, entre outros fatos históricos demonstram que o trajeto foi tortuoso e chegou-se ao agora com dilemas arraigados de difíceis ou quase impossíveis soluções.

A solução para os problemas cruciais da convivência, em quaisquer partes do mundo, virá quando se decidir conscientemente por um modelo de sociedade que considere a vida de cada pessoa, o bem mais precioso do planeta. essa decisão aponta para duas vertentes:

a) Uma revolução quanto á receptividade de novas pessoas no mundo.

b) A dignificação das presenças sejam estas onde tenham surgido.

Não há sucesso democrático se não há cidadãos plenos. Não há cidadãos plenos se suas escalas formativas não envolverem sentimentos recíprocos de cuidado e zelo. Por isso, o desenvolvimento traz contradições e desentendimentos constantes, porque a aspereza presencial se sobrepõe à amabilidade espontânea e perene.

Veremos, no decorrer dos artigos que importa tão somente se os indivíduos amam ou odeiam, porque quando se fala em empatia e compaixão, está-se falando das variações de amor, mas quando governos, políticos, juízes, empresários e muita gente adiam consciente ou inconscientemente a base geral do Bem Estar no aqui e agora, de todas as pessoas, independentemente de sexo, cor, religião, variação espontânea dos desejos, o que estão acrescentando na sociedade é a perpetuação das variações de ódio. E por incrível que pareça, os agentes mais terríveis desse ódio estão abrigados exatamente na Política e na religião.