Crônicas de Riachão do Bacamarte - O rio desesperado

Riachão do Bacamarte tem este nome por causa do Rio Paraíba que lhe corta. Digo que Riachão não tem um rio, tem uma veia, quase sempre vazia ou seca, que o rio Paraíba usa para chegar ao mar. O leito obedece a este rito de passagem e fica a maior parte do tempo seco, cheio de mato, lixo e talvez dejetos.

Ter uma passagem para o Rio Paraíba chegar ao mar é motivo de alegria, porque o rio Paraíba é muito importante para o Estado de mesmo nome. O rio Paraíba despena de um km de altitude, na Serra de Jabitacá, em Monteiro, banha cerca de 20 mil km2 e forma o famoso açude de Boqueirão, que aliás, é o que faz menor a incidência de enchentes em Riachão.

A passagem se alonga por Ingá, Mogeiro, Itabaiana e vai embora até que os rios Paroeira e Sanhauá, separando João Pessoa de Bayeux o preenchem novamente com mais assiduidade. Aliás, ali por perto de Cabedelo, o rio Paraíba já foi navegável, mas faz tempo.

O que interessa é saber que aquele leito que transpassa a cidade de Riachão de Bacamarte é um dos veios de um dos mais importantes rios da Paraíba. Por essa razão, um tratamento neste trecho dignificaria Riachão e ainda serviria de atração, talvez imitável por outros municípios, aonde a intermitência permite.

A proposta seria de arborização, um tipo de ajardinamento. Óbvio que o ideal seria o aprofundamento do leito e o ajardinamento das margens, mas a limpeza do leito e o plantio de árvores nas margens dariam um senso de zelo com a passagem grandiosa deste rio.

Se o ajardinamento e a arborização pegarem da propriedade dos Titos até Bacamarte, deve ser de mais ou menos 2 km. Seria um espaço belíssimo para se percorrer em tempos de estio. Como disse as avarias possíveis causadas pelas enchentes mereceriam reposições relativamente baratas, pois o replantio não custa caro e Riachão teria a veia vazia ou seca do rio Paraíba transformada para embelezar o coração da cidade, que a separa em dois lados.

É isso, por hoje.