Coriolano é uma aula de Shakespeare sobre Política

 

Estou me preparando para assistir à montagem brasileira da obra Coriolano de William Shakespeare. Trata-se de um texto de quase quinhentos anos, mas parece atual, em termos do jeito de se fazer política, desde que o mundo é mundo. Um mundo que sempre espera algo de deuses, santos e heróis, um mundo que aguarda alguém que o salve, que seja um super pai. Entre Galileu, Shakespeare e Freud é possível traçar o perfil de suplicante, de pedinte e de fragilidade de uma humanidade que, por imposição dos sistemas civilizatórios, políticos e religiosos, mantém a expectativa que alguém sobrenatural, mitológica e ou politicamente a salve de alguma forma.

 

Povo fraco, políticos mais fracos ainda, opiniões fracas. Geralmente há bastantes debates e embates, mas todos sofríveis e que não trazem soluções permanentes e adequadas. Qualquer semelhança com nosso tempo não é mera coincidência. O homem é um animal fantástico e surpreendente, mas, no geral, os resultados de sua passagem pela Terra são devastadores, embora descubra na Natureza tudo que precisa para melhorar-se e melhorar tudo a sua volta. Entretanto, as disputas pelo poder, pelo dinheiro e pelo status acarretam guerras e estas nunca perdem o sentido político de necessidades inventadas para soluções que jamais chegam.

 

As guerras são profundamente previsíveis. Destruições e vitórias aleatórias, com mortes irreversíveis. O povaréu admira os vitoriosos porque acredita nas versões e os vitoriosos se entusiasmam diante da popularidade e do reconhecimento imerecido, a honra subtraída com mentiras e violências morais e físicas. Talvez Coriolano seja a obra mais bem acabada sobre Política desse insuperável autor que soube como ninguém ler o espírito humano e decerto a peça é imperdível, ainda mais tendo no elenco nosso amigo Pérsio Plensack, o que é um motivo a mais para irmos ao teatro.

Vejo muitas coincidências entre essa obra e o quadro político do mundo atual, porque tanto ali pelos 500 anos antes de Cristo como agora, a impotência era o sentimento mais eloqüente. Olhava-se para o futuro e via-se um vazio de ideias, exatamente como vejo agora.

Vamos ver se a tradução de Fernando Nuno e a direção de Esther Góes revelarão novas perspectivas dessa obra e se haverá alguma inter relação com a Política brasileira de hoje ou talvez até do mundo. Segundo Nuno sua tradução foi fiel à proposta de Shakespeare de não sobrepor sua linguagem à capacidade de percepção do público. A conferir.

 

Para quem quer ir:  

 

Coriolano estará em cartaz no SESC Bom Retiro que fica na Alameda Nothmann, número 185, Campos Elíseos – Telefone (11) 3332-3600. Sempre às sextas-feiras, às 20 horas; sábados, 19 horas e domingos, 18 horas e os menores de 14 anos não podem assistir. A peça fica em cartaz até 13/10/2013.

 

O elenco:

 

 

 

Ariel Borghi

Esther Góes

Carlos Meceni

Joca Andreazza

Carlos Morelli

Ale Pessôa

Pérsio Plensack no papel de Aufídio

Cacá Toledo

E Josué Torres

Amanda Vides Veras

Jean Dandrah

E Pedro Paulo Fermer

 

Iluminação de Domingos Quintiliano

Música original de  Miguel Briamonte

Cenografia de Fernando Brettas

Figurinos e Adereços de Márcio Vinicius.

 

Os preços são os seguintes:

 

Inteira - R$ 24,00

Meia - R$ 12,00

Matriculados no SESC - R$ 4,80

 

Você pode pagar em dinheiro ou com cartões de débito e crédito Diners, Elo, Hipercard, MasterCard e Visa

 

Observação: os amigos que quiserem ir; estou programando a ida de uma turma para 22/09, domingo e quero rever em 12/10, um dia antes do final da temporada. Quem quiser me contate pelo faceboock para organizarmos.